Talvez você nunca tenha ouvido falar, mas a Europa possui uma bebida tão típica e tradicional como o chimarrão é para os sulistas brasileiros. Estamos falando de Jenever, algo tão único que é até difícil de classificar.

Muitos dizem que é apenas um tipo de cerveja, outros já classificam como uma bebida alcóolica a parte (mais próxima do gim, tanto é que você pode achar citações sobre a bebida como “gim holandês”). Seja como for, a bebida é paixão nacional em alguns países da Europa, rivalizando com a cerveja artesanal e indispensável em qualquer tipo de celebração.

Foi concebida originalmente na Holanda, mas outros países como a Bélgica também se encantaram com ela há vários anos e possuem até festivais próprios. No começo, era um vinho de malte ao qual se adicionava extratos de frutos de junípero. Isso mudou desde o final do século XIX, quando os produtores passaram a adicionar álcool etílico neutro.

Hoje, é possível encontrar jenever em dois “modos”: o jonge jenever (jovem) e o oude jenever (maduro). Diferente do que os termos sugerem, eles se distinguem não por idade, mas por técnica de destilamento. Em termos práticos, o jonge não pode conter mais do que 15% de vinho malte e 10 gramas de açúcar por litro, enquanto isso o oude deve conter no mínimo 15% de vinho de malte e, no máximo, 20 gramas de açúcar por litro.

Na Holanda, os bares servem jenever em um copo em forma de cálice ou em um copo de dose. O copo é geralmente enchido quase até derramar, tanto que o bartender normalmente põe um copo vazio na mesa ou balcão e o enche na frente do cliente.

A tradição diz que o primeiro trago deve sempre ser tomado com o copo ainda sobre o balcão ou mesa. Mas cuidado, a bebida é bem forte pois possui mais de 40% de álcool, é comum clientes desavisados serem derrubados por ela. Outra prática comum por lá é beber um copo de cerveja bem gelada logo após o copo de jenever, que desce bem quente pela garganta.